Diferença entre software e sistema

Olá, pessoal, tudo certo?
Desde quando iniciei a minha carreira no ramo de programação, sempre observei que alguns desenvolvedores dizem “software” enquanto outros dizem “sistema”. A princípio, eu pensava que os dois termos eram idênticos, mas, na verdade, existe uma diferença. Acompanhe o artigo e saiba quando estes termos devem ser empregados de forma adequada.

Introdução

“Eu tenho um sistema de controle de estoque desenvolvido em Delphi…”

Quem já não ouviu uma frase parecida? Ela parece não ser ambígua. Ao ouvirmos, sabemos claramente que o desenvolvedor possui uma aplicação que controla estoques. Neste contexto, simplesmente interpretamos a palavra “sistema” como “software”, sem sabermos que são significados relativamente diferentes. Sem mais delongas, já vou apresentar as definições a seguir.

Escrevemos linhas de código na nossa ferramenta de desenvolvimento e compilamos os arquivos para gerar um executável, certo? Esse executável (também conhecido como artefato) é o que chamamos de software. Em outras palavras, é o programa que será instalado no computador do usuário e disponibilizado para uso. Mas não é só isso. O termo “software” ainda engloba os arquivos que serão distribuídos com o executável, como bibliotecas, banco de dados, demais arquivos de configuração e, claro, a documentação do programa.

Um sistema, por sua vez, é um conjunto de softwares que se interagem para atingir um objetivo em comum. Portanto, quando mencionamos “sistema”, estamos nos referindo a uma solução abrangente que envolve várias partes interligadas, oferecendo um composto de funcionalidades para atender as necessidades do usuário.

Alguns exemplos

Ainda não ficou claro? Sem problemas. Vamos partir para os exemplos e analogias! 🙂

Considere um leitor de DVD de um computador. Esse hardware, por si só, não faz nada. Para que ele funcione apropriadamente, é necessário conectá-lo à placa-mãe para a transferência de dados. Da mesma forma, a placa-mãe deve estar conectada à placa de vídeo para exibir as imagens. Logo, as partes envolvidas nessa funcionalidade formam um sistema, no qual poderíamos definir, por exemplo, como “sistema de reprodução de DVDs”. Já o programa que você utiliza para abrir o DVD, este sim é o software.

Observe que um sistema não compreende somente a parte lógica (software), mas também as partes físicas (hardware). Se uma empresa de desenvolvimento fornece um leitor de certificados digitais junto com um software para gerenciá-los, então é correto afirmar que a empresa provê um sistema de gerenciamento de certificados digitais. Por outro lado, supondo que o cliente já tenha um leitor de certificados digitais, a empresa, então, forneceria apenas o software de gerenciamento, e não o sistema.

Bom, agora fica fácil entender o motivo pelo qual o Windows ou o Linux são conhecidos como Sistemas Operacionais, não é? O Windows fornece uma gama de softwares (navegador de pastas, bloco de notas, calculadora, calendário…) e controladores de hardware (gerenciador de dispositivos de áudio, vídeo, mouse, teclado…), formando um sistema útil para várias finalidades operacionais.

Quando você acessa o Windows Explorer, por exemplo, o software se encarrega de exibir as unidades de disco disponíveis, bem como as unidades removíveis e as pastas da rede. Para obter essas informações, o Windows Explorer interage com os controladores de hardware do sistema.

Pense no software como um guitarrista. Sozinho, o músico apenas toca um instrumento, mas, em uma banda, que seria o sistema, ele interage com outros instrumentistas, produzindo músicas.

Mais um exemplo prático? Vamos nessa!
Imagine que o representante de uma empresa de desenvolvimento esteja vendendo um produto:

“Nós temos um software para gestão de atendimento ao consumidor que permite registrar reclamações, dúvidas e sugestões, além de disponibilizar uma tela para visualizar o histórico…”

Perfeito! Eis que ele complementa:

“… e também fornecemos um hardware que se comunica com os terminais telefônicos para registrar automaticamente as ligações recebidas.”

Opa… parou! Agora ele está apresentando uma solução mais ampla, ou seja, um sistema! A partir do momento que algo é incorporado no software, seja um WebService, um módulo Mobile, um SaaS ou um dispositivo, a solução se transforma em um sistema.

 

Bom, leitores, espero ter esclarecido essa diferença.
Caso queiram complementar algo, deixem um comentário. Abraço!


André Celestino